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I – Sempre Preparado

A poucos passos dum hotel de luxo na cidade de Pemba, capital da Província de Cabo Delgado, vive, numa decorosa casa, Maria Clara, cozinheira e mulher cujo ventre se recusou a dar-lhe filhos. Quis o azar que lhe morressem uma irmã e uma sobrinha, ficando para trás um rebanho conjunto de treze filhos.
Quis a sorte que Maria Clara rebocasse (a expressão é sua) essas crianças, educando-as e alimentando-as a papa, arroz e chima.
No pátio de sua casa, esses filhos atrelados estão agora a ser entrevistados pelos mucunhas (homens brancos).
O menos envergonhado é Edmilson, sete anos de sorriso, que nos mostra orgulhoso o seu livro de estudos, altura em que a condutora do seu destino, nos confessa «gosta tanto da escola que até ao domingo se prepara para ir.»

Edmilson, 7 anos
1.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Futuro Polícia

II – Junho o ano inteiro

Na Escola Primária Completa de Chinda, no distrito de Mocímboa da Praia, temos à nossa espera oito mamãs Macondes.
As mães moçambicanas são o pilar do lar, vão à machamba, vão à água, vão ao carvão e a maioria vai sobreviver aos maridos e educar os filhos sozinhas. Dos homens espera-se apenas que tragam para casa mais dinheiro que problemas. Com Ausse Rafael Tomás será com certeza diferente.
Os amigos não o tratam pelo nome, mas pelo mês em que nasceu. É Junho o ano todo. Tem doze anos e diz, sem rodeios, «hei-de ser Presidente da República de Moçambique, gostaria muito de ajudar as pessoas.» Apesar de pouco acompanhado pelo pai e pela madrasta, Junho é um aluno tão obstinado que, aparentemente, já está em pré-campanha.

Ausse Rafael Tomás, 12 anos
5.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Futuro Presidente da República

III – Abrir e fechar portas

Frenque Agostinho está na 6ª classe, um ano à frente do seu colega Junho, e tem uma chave pendurada ao pescoço.
O professor Docta, o nosso intérprete que ora traduz para shimakonde, a língua falada por 900 mil Macondes moçambicanos, ora para português simplificado, diz-nos que ter a chave de casa, mesmo a de um cadeado que prende a porta, é um símbolo importante. O pai de Frenque também foi professor mas «perdeu o trabalho para a bebedeira». A mãe tem filhos de vários homens, sem tempo para conversas sobre planeamento familiar, porque «falar de preservativo nesta aldeia é o mesmo que insultar». Nalgumas casas moçambicanas fazer filhos é preciso, sem fazer contas às doenças venéreas ou às bocas para alimentar. Frenque quer ser professor de matemática.

Frenque Agostinho, 12 anos
6.ª classe
Disciplina Favorita: Matemática
Futuro Professor de Matemática

IV – Olhar de purpurina

Do lado de lá da estrada em frente à Escola de Mahera, a 120km de Pemba, fica a casa da mamã Varnaia Muaueheke. Somos recebidos na rua, com cadeiras para nós, os mucunhas, e chão para os familiares e vizinhos. Ao nomear os filhos e netos da grande família, todos ajudam a matriarca a lembrar-se dos nomes e da sequência de nascimentos.
Alguns são apadrinhados pela Helpo e há vários que não sabem a própria idade. O mais velho, tem 18 anos e o mais novo, tem colo.
Laura, 15 anos e um sorriso de cara cheia, não tem a timidez com que nos presenteiam habitualmente. O sol forte denuncia-lhe vestígios de purpurina à voltados olhos e os dois anos que viveu em Maputo com um tio, ajudam a explicar o seu extravagante desejo de profissão futura: «apresentadora de televisão.»

Laura, 15 anos
6.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Futura Apresentadora de TV

V – My Fair Lady

Dulce é uma menina vizinha da família Muaueheke que não sabe a idade nem o que quer ser quando crescer, sabe no entanto que o lenço na sua cabeça tem uma função capital: equilibrar no cocuruto o que for preciso transportar, sem quedas. Água, troncos, carvão, roupa, cereais, tudo se leva na cabeça. Numa conversa de café, alguém defendia o balde de plástico enquanto símbolo da revolução moçambicana. Antes da leveza subir à cabeça das mães e filhas moçambicanas, a solução para transportar água potável ao longo de quilómetros era a bilha de barro que, mesmo vazia,  pesa demasiado. Por agora a metralhadora AK-47 continua a figurar na bandeira do país e Dulce nem imagina que possui todo o equilíbrio e toda a leveza para ser uma futura top model.

Dulce Cecília, idade desconhecida
6.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Sem sonho de Futuro

VI – Ligeiramente tresmalhado

João é órfão de ambos os pais e esteve dois anos sem estudar. Felizmente, quando uma tia o acolheu a ele e aos irmãos que andavam separados, tudo se voltou a encaminhar.
Este rapaz de 14 anos, tal como a maioria das crianças entrevistadas, quer ser professor, mas no seu caso, até tem qualificações extra, é que o João, depois das aulas, trabalha como pastor de gado caprino. Quando lhe perguntamos o nome dalgumas cabras a resposta tem direito a risada geral no pátio da escola de Impire. «Pincha, Kutukuru e Vekawe.»
A primeira é o mesmo que bicha e a última designa alguém que gosta de se isolar, como a cabra em questão, que tem o hábito de pastar sozinha, sem paciência para trabalhos
de grupo.

João, 14 anos
5.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Futuro Professor

VII – Menina no ar

Dara, de 12 anos, foi a rainha do à-vontade da viagem, com um discurso mais estruturada do que muitos adultos.
A nossa conversa desenrola-se na Ludoteca Helpo da Biblioteca Pública Provincial de Pemba, provavelmente um dos espaços didáticos gratuitos mais bem sucedidos de todo o país, com aulas de teatro, poesia, educação visual, francês, inglês e cidadania. No passado Dara queria estudar contabilidade e eventualmente ser gestora de empresas, ministra, governadora ou presidente da república. Depois ouviu a voz do bom senso e decidiu que quer ser engenheira electrónica. Quem quiser ouvir a sobriedade do seu discurso basta sintonizar a Rádio Moçambique e esperar pelo programa infantil Cantinho de Alegria, que Dara apresenta todas as semanas, com muito à-vontade.

Dara, 12 anos
8.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Futura Engenheira Electrónica

VIII – Futuro Malangatana

Sérgio regressou à escolinha de Micolene, aldeia de Namialo, no distrito de Meconta, não para repetir a pré-primária, mas para conversar. Esta escolinha nasceu literalmente do chão, graças à magia transformadora duma máquina de construção de tijolos. Entra terra vermelha com uma pitada de cimento e saem tijolos machos e fêmeas que encaixam entre si. Sérgio tem 19 anos, anda na 10ª classe, faz música e adora desenhar. Na t-shirt que tem vestida lê-se Gang Relachado, nome do projeto musical que Sérgio quer conciliar com o sonho de ganhar a vida a pintar. O nome do poeta e pintor Malangatana surge na conversa, é a sua grande referência, e Sérgio tem tudo para lá chegar, «tijolo com tijolo num desenho mágico».

Sérgio Neves, 19 anos
10.ª classe
Disciplina Favorita: Educação Visual
Futuro Pintor

IX – Futuro radiante

Nas comunidades mais obscuras de Moçambique os albinos ainda são perseguidos e assassinados para que os seus órgãos possam ser usados em rituais de feitiçaria. As partes decepadas dos seus corpos valem milhares de dólares no mercado negro. Sandra Albuquerque Lopes, a menina albina de 3 anos que anda na escolinha de Micolene, vive alheia a esta realidade. Tem roupa e creme que a protegem do sol, usa óculos escuros, gosta de cantar o hino nacional, é muito segura de si e até já conseguiu ir à praia. Sandra é diferente da maioria das crianças moçambicanas, não por causa da pigmentação da sua pele, mas porque o seu pai, Albuquerque Almirante Lopes tem um emprego assalariado, é o suficiente para que ela possa contrariar o passado e ter um futuro.

Sandra Albuquerque, 3 anos
Escolinha

X – Ombro a ombro

Quantos anos tens? Quantos quilómetros andas até à escola? A que horas acordas? Quantos irmãos tens? O que é que queres ser quando fores grande?  «Não sei» e um encolher de ombros são as respostas mais populares. Não é má vontade, é falta de festas de aniversário a marcarem a passagem dos anos, é falta de conta-quilómetros nos pés, é falta de relógio, é falta de precisão na pergunta, «irmãos vivos ou mortos? de sangue ou tresmalhados?» e é a falta objectiva de palavras.
No dicionário da língua macua «futuro» não existe. Juna está na escola de Teacane, envolvida no seu manto de serenidade não aparenta 20 anos nem a hora de caminhada que já fez até à escola. Quando lhe perguntamos quem trata melhor os doentes, «médicos ou curandeiros?», primeiro encolhe os ombros e depois responde «é melhor a enfermeira».

Juna Eugénio, 20 anos
10.ª classe
Disciplina Favorita: Biologia
Futura Enfermeira

XI – Sonhar ao perto

A escola de Teacane fica a poucos quilómetros do centro de Nampula (a terceira maior cidade do país), mas olhando à volta há poucos vestígios de vida urbana. Tal como na maioria das escolas, não há eletricidade e o engenho da campainha de toque é de notar: o aro ferrugento de uma jante está pendurado numa árvore e meio alicate repousa ali, à espera da energia cinética que provoca o tintinir. Estamos a falar com Eva Maurício, nove anos, nove irmãos e estudante da 2ª classe que já escolheu a sua futura profissão, «professora da 1ª classe». É caso para recordar e discordar d’O Guardador de Rebanhos do bucólico Alberto Caeiro. «Porque eu sou do tamanho do que vejo / E não, do tamanho da minha altura». No Moçambique profundo, poucas crianças veem além da encruzilhada mais próxima ou do livro que consultaram com toda a deferência. Talvez por isso haja tantas imaginações subnutridas e meninos que sonham mal ao longe.

Eva Maurício, 9 anos
2.ª classe
Futura Professora de 1ª Classe

XII – Sonhar ao longe

A visita à Escola Polivalente de São João Baptista de Marrere teve direito a um convite para almoço da parte do padre Pedro, diretor desta escola. Durante a refeição falou-se de piratas informáticos, de milagres e da importância do ensino técnico-profissional. Depois do almoço fizemos uma ronda de entrevistas, envolvidos pelos livros da biblioteca. Wilson, de 17 anos, veio com a mãe. Está na 10ª classe e vai seguir medicina, mas diz que quer ser marinheiro. A mãe garante-nos que ele não sabe nadar. Gertrudes Mário tem 18 anos e não se alonga em conversas, no entanto tem um desejo pouco usual por aqui, gostaria de viajar. Nenhum destino em especial, viajar apenas. Navegar sem saber nadar e viajar sem saber para onde? Afinal há jovens moçambicanos que conseguem sonhar.

Gertrudes Mário, 18 anos
12.ª classe
Disciplina Favorita: Francês
Futura Gestora de Recursos

XIII – Off-off-off-off-Broadway

Segue-se o programa do dia. Visitar cinco centros de intervenção espalhados por três aldeias, Mahunha, Ilocone e Munimaca, na província de Nampula. Recepção solene na escola de Mahunha, com mães, pais, professores, anciãos e crianças mais velhas, todos em fila a cantar uma canção de boas-vindas. Apertos de mão a todos os presentes na fila durante a performance.
Entrevistar Estefânia Velasco. Descansar.
Esmiucemos a entrevistada, uma menina que não sabe a idade mas pinta-se primorosamente «nos dias de estudo e nos dias de domingo», menina cujo cunhado aparece e confirma que tem 10 anos, menina que quer ser professora apesar de gostar de cantar. E não prefere ser cantora? «As professoras também cantam», remata. Pedimos-lhe uma amostra de reportório e em dois segundos surgem as colegas da equipa de cultura que acompanham Estefânia numa canção sobre a importância de estudar.

Estefânia Velasco, 10 anos
4.ª classe
Disciplinas Favoritas: Matemática
Futura Professora-cantora

XIV – Jeito para estudar

Na escolinha de Ilocone temos uma nova recepção solene. Celso tem a típica e imaculada bata branca dos professores, mas uma pequena serpente verde bordada no bolso denuncia a origem farmacêutica da sua indumentária. Falamos com Eva Bonito, uma criança de 18 anos, com a 5ª classe e dois filhos. Quando lhe perguntamos porque parou de estudar, ri-se e as duas razões agarram-se um pouco mais a ela. Eliseu Bonito e Filipe Bonito são de facto duas crianças lindas, mas a conversa inevitavelmente vai parar ao planeamento familiar. Celso lembra que o hospital mais próxima fica longe, não dá jeito. Curiosamente Jeito é uma marca de preservativos moçambicana. Eva cria os seus bebés, ajuda o marido na machamba e vive a 50 quilómetros da vila mais próxima. Quanto a sonhos, que os filhos estudem muito até darem um professor e um enfermeiro à família.

Eva Zacarias Bonito, 18 anos
5.ª classe
Mãe

XV – Os extraterrestres

Sandra é a única entrevistada na escola de Munimaca. Debaixo duma árvore convidamo-la a sentar-se numa das cadeiras de plástico reservadas para as visitas importantes.
Neste instante toda a escola começa a rir. Estamos com certeza a ir contra regras de status e estatutos, mas vamos seguir.
É de lembrar que 40% dos alunos da Província de Nampula ainda têm aulas sentados no chão. Sandra não consegue abstrair-se da situação e dá-nos a abordagem embaraçada, cabisbaixa e monossilábica. Porque será tantas vezes assim? Um professor deu-nos a reposta. «Provavelmente é a primeira vez que estão a falar com um mucunha. É só timidez».
Então é isso, somos marcianos. De repente toda a escola se concentra no voo invasor do drone do fotógrafo.

Sandra, idade desconhecida
3.ª classe
Disciplina Favorita: Português
Sem sonho de Futuro

XVI – Morada certa

A Ilha de Moçambique é um paraíso assente num recife de coral, ideal para quem aprecia a patine da decadência arquitectónica e uma vivência simples, suada e salgada. Carlos Almeida, o coordenador nacional da Helpo em Moçambique (e nosso batedor durante 11 dias) convocou Nuhy e Julinho para a conversa e sessão fotográfica do costume. É difícil ter mais expediente que estes rapazes. Para conseguirem alguns meticais extra Julinho faz tours turísticos pela ilha e Nuhy vende uns bolinhos chamados gulamo. Ambos gostam de desenhar, querem ser arquitetos e são microempresários. Nuhy e Julinho têm postais desenhados por si com venda à consignação numa galeria de arte local. Nenhum destino (ou destinatário) parece impossível para eles, mas ambos concordam que viver no Palácio da Ponta Vermelha não é para eles.

Nuhy, 14 anos
8.ª classe
Disciplina Favorita: Matemática
Futuro Arquiteto

XVII – Os inseparáveis

No Infantário Provincial de Nampula há dois grandes amigos, João e Salomão. Adelina Pascoal, diretora deste orfanato, recebe-nos com algumas histórias de álcool e alguidar que culminam com crianças abandonadas. Num caso a mãe demorou-se a fazer o jantar, o pai bateu-lhe e o filho fugiu de casa, até hoje. João, filho de pai bêbado e de mãe demente, não falava quando chegou aqui, mas o seu amigo Salomão ajudou-o a sair da casca. Salomão quer ser doutor para poder ter «carro, moto e pialeta (bicicleta)», João, ainda não sabe o que quer ser, mas adora cantar, o que demonstra in loco num dueto patriótico com o seu amigo inseparável «Moçambique nossa terra glorioooosa / Pedra a pedra construindo um novo diiiiia».

João, 3 anos
Escolinha
Sem sonho de Futuro

XVIII – Bom comportamento

Abdul está prestes a entrar no mercado de trabalho como serralheiro mecânico e tudo se está a endireitar na sua vida. Para trás ficam uma infância e adolescência atribuladas, problemas familiares e dois meses a viver nas ruas.
Nesse tempo Abdul lavou carros para poder comer e levou muitas tareias. É graças a uma ténue diferença que está vivo. Havia o costume de imolar os sem-abrigo que ostentavam um símbolo exterior de riqueza, o saco-cama. Os que só tinham cartões e cobertores eram poupados. Uma vez 30 miúdos da rua foram apanhados pela polícia e vieram parar ao orfanato. 29 fugiram, Abdul ficou. Tinha 14 anos e, como quis ajuda para estudar, “pagou” a sua estadia com a única moeda que possui – bom comportamento.

Abdul, 21 anos
Curso técnico-profissional
Disciplina Favorita: Português
Futuro Serralheiro Mecânico

XIX – O Maquinista

A primeira paragem do último dia na estrada é na escola primária completa de Matibane, a 30 quilómetros de Nampula, no meio do mato. A escola tem um campo de futebol relvado com balizas regulamentares em ferro e tabelas de basquetebol em óptimo estado, apesar das linhas de três pontos não serem visíveis no meio dos arbustos. Estamos à conversa com Sitónio, rapaz que esteve dois meses em casa devido a um acidente automóvel em que a árvore vinha da direita. Sim, há transportes mais seguros, como é o caso do comboio que passa aqui perto e leva a imaginação deste rapaz para outras paragens. O que é que ele quer ser quando crescer? «Maquinista.»

Sitónio Alfane, 14 anos
5.ª classe
Disciplina Favorita: Ciências Sociais
Futuro Maquinista

XX – Futuros Astronautas

Gérsia foi a última entrevistada destes onze dias, uma adolescente que gosta de geografia «porque fala de muitas coisas da Terra», de jogar à bola e de Mukussakame, ator e humorista que fazia filmes didáticos sobre educação cívica e ambiental. É curioso que muitos alunos citam canções, peças, poemas e filmes pedagógicos, sobre a própria aprendizagem. Num país com muita fome de comida, todas as outras fomes,a de segurança, a de liberdade, a de saúde, a de verdade, a de beleza, a de amor e a de enriquecimento pessoal, ainda se estão a construir. Cada passo de bebé é mesmo um «salto gigantesco para a humanidade». Esperamos que um dia os alunos da futura professora Gérsia, saciados de todas as fomes, lhe digam: «Futuros Presidentes? Isso é tão 2018… nós vamos ser futuros astronautas».

Gérsia Máryo, 15 anos
9.ª classe
Disciplina Favorita: Geografia
Futura Professora

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